quinta-feira, dezembro 15, 2005
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Quem achar ela.... me avisa.
Queria falar do que me aflige. Das dores do mundo. Dos corações partidos. Dos amores proibidos ou quiçá dos amores que não se vão. No entanto, nenhuma palavra doce ou amarga consegue brotar por entre esses meus pensamentos. Não consigo se quer, juntar numerais e incógnitas para tentar montar uma equação de segundo grau. Vivo pensando no culto, no corpo, na sociedade, e nada de sentar meus velhos ossos coberto de carne e excessos de Caruaru, numa cadeira para escrever. Tudo deveria ser tão fácil, assim como, sentar no bode dourado e pedir a “Cabeça Branca” uma cerveja, e ainda, escutando elogios desse adorado senhor com sotaque carioca. É...meu corpo, não o cultuado, quem sabe o cevado, reclamou. Pediu um descanso. “Pelo menos de uma semana”, gritou meu bom e cansado amigo. Cá estou de recesso etílico, juntando os livros e os cacos, a vontade e a coragem. Procurando entre minhas partes e particularidades a tão preciosa e bem quista, menina dos livros.
quarta-feira, novembro 09, 2005
O mestre mandou
Corra e olhe o céu
Cartola
Composição: Cartola e Dalmo Castelo
Linda te sinto mais bela
Te fico na espera
Me sinto tão só, ai!
O tempo que passa
Em dor maior, bem maior
Linda no que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia
Ah, corra e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia
Cartola
Composição: Cartola e Dalmo Castelo
Linda te sinto mais bela
Te fico na espera
Me sinto tão só, ai!
O tempo que passa
Em dor maior, bem maior
Linda no que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia
Ah, corra e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia
quarta-feira, outubro 19, 2005
Encontros e Desencontros
Palavras interessantes e inesperadas que perpassam toda nossa vida. Enquanto encontros se consagram matrimonialmente, outros se desfazem diante das intempéries da vida. Pensando sobres esses acontecimentos lembrei do filme que possui o mesmo título desse texto, digo o texto possui o mesmo título do filme, (Lost in Translation de Sofia Coppola). Enfim, lembrei do inesperado de se estar perdido, questionando e muitas vezes sem respostas. Lembrei que mesmo assim os personagens principais do filme continuaram seus caminhos, e se encontraram diante dos desencontros pessoais. Nesse mês os encontros e desencontros foram às palavras que não saíam da minha mente, da minha lembrança, simplesmente ficavam e ficavam me perseguindo. Pois encontrei velhos amigos, devo ter me afastado de alguns outros, conheci novas pessoas, mesmo conhecendo-as há tempos, só que com outros olhos. Encontrei – me e me desencontrei várias vezes esse ano, mas vemos assim seguirei o caminho. Desejo aos encontros da vida que estão se eternizando felicidade de carnaval, calmaria dos anjos e amor juvenil e sereno. E aos desencontros eu desejo novas construções.
sexta-feira, outubro 07, 2005
Mais uma
A língua francesa sempre me atraiu por sua beleza, sensibilidade e sensualidade. Lembro que um amigo falou que eu parecia uma francesinha, por causa dos meus cabelos curtos e da minha cor "gasparzinho". Mas, antes de ter a "beleza francesa", eu gostaria de saber falar essa música que é a língua deles. Confesso que estou encantada com a voz dessa mulher, então, acho que posso abusar desse espaço aqui, para colocar mais uma tradução das suas músicas.
Essa por final, como diria meu pai, pega na veia.
La Question (tradução)
Françoise Hardy
Composição: Françoise Hardy
A questão
Eu não sei o que você pode ser
Eu não sei o que você espera
Procuro sempre te conhecer
E seu silêncio perturba meu silêncio
Eu não sei da onde vem a mentira
É de tua voz que se cala
Os mundos onde, contudo eu mergulho
São como um túnel que me assusta
De sua distância em relação à mim
Se perde sempre
E procurar te entender
É como correr depois do vento
Eu não sei por que eu fico
Em um mar onde eu me afogo
Eu não sei por que eu ficoem um ar que me sufoca
Você é o sangue da minha ferida
Você é o fogo da minha queimadura
Você é minha pergunta sem resposta
Meu grito mudo e meu silêncio...
Essa por final, como diria meu pai, pega na veia.
La Question (tradução)
Françoise Hardy
Composição: Françoise Hardy
A questão
Eu não sei o que você pode ser
Eu não sei o que você espera
Procuro sempre te conhecer
E seu silêncio perturba meu silêncio
Eu não sei da onde vem a mentira
É de tua voz que se cala
Os mundos onde, contudo eu mergulho
São como um túnel que me assusta
De sua distância em relação à mim
Se perde sempre
E procurar te entender
É como correr depois do vento
Eu não sei por que eu fico
Em um mar onde eu me afogo
Eu não sei por que eu ficoem um ar que me sufoca
Você é o sangue da minha ferida
Você é o fogo da minha queimadura
Você é minha pergunta sem resposta
Meu grito mudo e meu silêncio...
terça-feira, outubro 04, 2005
L'amitié
Tradução da música L'amitié cantada pela francesa Françoise Hardy.
"Muitos de meus amigos vieram das nuvens,
com o sol e a chuva como simples bagagens.
Eles fizeram a estação das amizades sinceras,
a mais bonita das quatro estações da terra.
Eles têm esta doçura das mais bonitas paisagens,
e a fidelidade dos pássaros de passagem.
Nos seus corações, está gravada uma infinita ternura.
Mas, às vezes, nos seus olhos, desliza-se a tristeza.
Então, eles vêm para se aquecerem em casa e você, também, virá.
Você será capaz de partir novamente em direção às nuvens,
e de, outra vez, sorrir para outros rostos,
e distribuir sua ternura ao redor,
quando alguém quiser escondê-lo a tristeza.
Porém como não se sabe o que a vida pode nos dar,
talvez na minha volta eu já não seja mais ninguém.
Mas se me sobrar um amigo que, realmente, compreenda-me,
eu esqueceria ao mesmo tempo, as minhas lágrimas e os meus sofrimentos.
Então, talvez virei para casa
para aquecer meu coração com a tua madeira."
Essa música terminou de levar meus últimos suspiros e minhas lágrimas no filme As Invasões Bárbaras. O filme é extraordinário e a música simboliza tudo o que eu senti no final.
"Muitos de meus amigos vieram das nuvens,
com o sol e a chuva como simples bagagens.
Eles fizeram a estação das amizades sinceras,
a mais bonita das quatro estações da terra.
Eles têm esta doçura das mais bonitas paisagens,
e a fidelidade dos pássaros de passagem.
Nos seus corações, está gravada uma infinita ternura.
Mas, às vezes, nos seus olhos, desliza-se a tristeza.
Então, eles vêm para se aquecerem em casa e você, também, virá.
Você será capaz de partir novamente em direção às nuvens,
e de, outra vez, sorrir para outros rostos,
e distribuir sua ternura ao redor,
quando alguém quiser escondê-lo a tristeza.
Porém como não se sabe o que a vida pode nos dar,
talvez na minha volta eu já não seja mais ninguém.
Mas se me sobrar um amigo que, realmente, compreenda-me,
eu esqueceria ao mesmo tempo, as minhas lágrimas e os meus sofrimentos.
Então, talvez virei para casa
para aquecer meu coração com a tua madeira."
Essa música terminou de levar meus últimos suspiros e minhas lágrimas no filme As Invasões Bárbaras. O filme é extraordinário e a música simboliza tudo o que eu senti no final.
sábado, setembro 10, 2005
A música perfeita
Quando eu tiver meu filho, ele não se chamará Luca, mas essa música será sua cantiga de niná.
Luca
Herbert Vianna
Abre os olhos pra ver o mundo
Tudo é novo para os teus olhos novos
Dá pra cada coisa um nome
Um nome novo e um sentido teu próprio
Eu te abro as cortinas da manhã
Eu te levo pros braços da tua mãe, cedo
Por um instante eu esqueço do que sou
Por um instante eu não lembro de ter medo
Fala as tuas palavras de vogais
E sorri quando já está dormindo
Filho, pai, mãe, orvalho da manhã
Tudo é novo para os meus olhos velhos
Eu te abro as cortinas da manhã
Eu te levo pros braços da tua mãe, cedo
Por um instante eu esqueço do que sou
Por um instante eu não lembro de ter medo
Abre os olhos pra ver o mundo
Tudo é novo para os teus olhos novos
Filho, pai, mãe, orvalho da manhã
Tudo é novo para os meus olhos velhos.
Luca
Herbert Vianna
Abre os olhos pra ver o mundo
Tudo é novo para os teus olhos novos
Dá pra cada coisa um nome
Um nome novo e um sentido teu próprio
Eu te abro as cortinas da manhã
Eu te levo pros braços da tua mãe, cedo
Por um instante eu esqueço do que sou
Por um instante eu não lembro de ter medo
Fala as tuas palavras de vogais
E sorri quando já está dormindo
Filho, pai, mãe, orvalho da manhã
Tudo é novo para os meus olhos velhos
Eu te abro as cortinas da manhã
Eu te levo pros braços da tua mãe, cedo
Por um instante eu esqueço do que sou
Por um instante eu não lembro de ter medo
Abre os olhos pra ver o mundo
Tudo é novo para os teus olhos novos
Filho, pai, mãe, orvalho da manhã
Tudo é novo para os meus olhos velhos.
terça-feira, agosto 23, 2005
Ela já antevia o mundo pós-moderno
"Toda nossa economia se tornou uma economia do desperdício
na qual todas as coisas devem ser devoradas e abandonadas
quase tão rapidamente quanto surgem
a fim de que o processo não chegue
a um fim repentino e catastrófico"
Hannah Arendt
na qual todas as coisas devem ser devoradas e abandonadas
quase tão rapidamente quanto surgem
a fim de que o processo não chegue
a um fim repentino e catastrófico"
Hannah Arendt
quarta-feira, agosto 10, 2005
A elite e o menino
A jovem elite se cerca da beleza industrial para viver seus dias de rainha. Circula entre bares da moda, shoppings centers, salões de beleza, academias de ginástica, boates, mas quando entra no seu “peugeot”, esquece o outro lado, a rua, os sinais, as pessoas que criam o cenário principal da sociedade. A jovem não olha e nem reconhece aquele “menino” como um semelhante, apenas se distancia da realidade, para não entrar em contato com esse outro. Esse distanciamento, esse alheamento gera um sentimento de que o outro não deve ser respeitado fisicamente e moralmente. Diversas vezes essa jovem elite, revoltada por ter sido privada de algo do seu mundo encantado, verbalizou esse sentimento. Outras vezes, demonstra em ações o seu “distanciamento”, sua não “igualdade humana” em relação aos sócios-economicamente desfavorecidos: - pensava que era apenas um mendigo! Lembram?
O modelo de vida da elite, suas normas de comportamentos, suas aspirações são objetos de desejo, o dito ideal, e todos, os “meninos”, a elite baixa, alta, pequena, grande, querem esse ideal. A elite desfila com seu credit card na mão, e o menino nem dinheiro para o pão tem. Enquanto a elite se nega a enxergar o que lhe cegam os olhos, os “meninos” também se negam a enxergar o direito de uma loira sarada falar ao seu celular enquanto caminha na praia de Boa Viagem*.
O abismo criado entre a elite e o menino aumenta o “bandidismo”, conseqüentemente, o medo da sociedade. A elite negava a presença dos “meninos”, hoje os “meninos” negam a “presença humana” da elite, são ou somos, apenas objetos de roubo, corpos para atrocidades e sujeitos para consumir o que eles tem para oferecer.
* relato da revolta de um garoto, de um centro de reabilitação para menores infratores, quanto foi questionado o motivo do roubo. “Aquele galera desfilando com o celular, onde ela pensa que tá”.
O modelo de vida da elite, suas normas de comportamentos, suas aspirações são objetos de desejo, o dito ideal, e todos, os “meninos”, a elite baixa, alta, pequena, grande, querem esse ideal. A elite desfila com seu credit card na mão, e o menino nem dinheiro para o pão tem. Enquanto a elite se nega a enxergar o que lhe cegam os olhos, os “meninos” também se negam a enxergar o direito de uma loira sarada falar ao seu celular enquanto caminha na praia de Boa Viagem*.
O abismo criado entre a elite e o menino aumenta o “bandidismo”, conseqüentemente, o medo da sociedade. A elite negava a presença dos “meninos”, hoje os “meninos” negam a “presença humana” da elite, são ou somos, apenas objetos de roubo, corpos para atrocidades e sujeitos para consumir o que eles tem para oferecer.
* relato da revolta de um garoto, de um centro de reabilitação para menores infratores, quanto foi questionado o motivo do roubo. “Aquele galera desfilando com o celular, onde ela pensa que tá”.
segunda-feira, agosto 01, 2005
Ou não sei quem sou, ou não sei como escrevo
"A inclinação de sua letra mostra que você parece ser uma pessoa equilibrada, educada. Mas é um pouco “fria” com quem acaba de conhecer. A ligação de sua letra revela raciocínio lógico, dinamismo, método e uma tendência à rotinas. A direção de sua letra indica controle, constância e organização, especialmente nas tarefas cotidianas. A pressão que usa ao escrever sinaliza estabilidade e equilíbrio. As áreas valorizadas na sua escrita destacam imediatismo, preocupação com questões materiais e pouca motivação de crescimento interior. A forma de sua letra demonstra conservadorismo, formalidade e uma certa frieza em seus relacionamentos sociais. Tende a esconder sentimentos."
quarta-feira, julho 27, 2005
Combinações Perfeitas
Queijo Gorgonzola, azeite e azeitonas
Salada verde, frango com ervas e legumes
Elis Regina, Paulinho Moska e Seu Jorge
Vinho, pensamentos e uma boa noite de sono.
Salada verde, frango com ervas e legumes
Elis Regina, Paulinho Moska e Seu Jorge
Vinho, pensamentos e uma boa noite de sono.
terça-feira, julho 26, 2005
Ética: a palavra da vez
Atualmente, se pudéssemos eleger uma palavra da moda, a ética estaria no Top 10 das passarelas. É falta de ética aqui, é falta de moral acolá. Mas o que é ética? Qual a diferença de ética, moral e moralidade? Por que só nos damos conta que ética existe quando o buraco fica mais embaixo?
O conceito de ética está arraigado aos pequenos atos do nosso dia-a-dia até às ações nacionais ou mundiais. Ética é a ciência que estuda a moral, ela não emite valor de julgamento, mas reflete sobre as situações reais, sempre vendo a questão da responsabilidade de cada sujeito. Moral é “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre indivíduos”. Já a moralidade é colocar em prática tudo isso.
Sócrates dizia que o pressuposto básico da ética era o conhecimento, bastava saber o que era bondade para que se seja bom. Se fosse assim era bom demais. Sem querer desmerecer o Pai da Ética, mas levando em consideração os dias de hoje, e a concepção de que o homem não é puramente razão e consciência, não podemos seguir esse pensamento. Onde fica o sujeito do não dito, onde fica os desejos inconscientes nessa história toda?
Platão, discípulo de Sócrates, pensa diferente sobre a questão da ética. Dizia ser necessário voltar a uma sociedade mais simples, construir a cidade perfeita guiada pela ética. Para ele, riqueza e poder deveria se concentrar nas mãos dos poucos que detivessem o conhecimento, deveria limitar ao mínimo as propriedades e até “extinguir” as famílias, para que todos se sentissem irmãos, filhos do Estado. Pobre Platão..., não tem idéia de como suas teorias se tornaram utópicas, até seu próprio nome se tornou termo para designar o impossível.
Mas, como tudo tem que ter um filho do meio, Aristóteles pregava as moderações das paixões como caminho da felicidade. Ele dizia que: a Lei deve ser capaz de “compreender as limitações do ser humano, aproveitar-se de suas paixões e instintos, e produzir instituições que promovam o bem e reprimam o mal”.
Então, diferentemente de Platão, Aristóteles dizia ser preciso compreender o real para pensar em formas de interdição. Sendo assim, o real deve moldar a Lei, e não a Lei moldar o real (como propôs Platão), pois só assim seria possível o cumprimento das leis por todos.
O conceito de ética está arraigado aos pequenos atos do nosso dia-a-dia até às ações nacionais ou mundiais. Ética é a ciência que estuda a moral, ela não emite valor de julgamento, mas reflete sobre as situações reais, sempre vendo a questão da responsabilidade de cada sujeito. Moral é “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre indivíduos”. Já a moralidade é colocar em prática tudo isso.
Sócrates dizia que o pressuposto básico da ética era o conhecimento, bastava saber o que era bondade para que se seja bom. Se fosse assim era bom demais. Sem querer desmerecer o Pai da Ética, mas levando em consideração os dias de hoje, e a concepção de que o homem não é puramente razão e consciência, não podemos seguir esse pensamento. Onde fica o sujeito do não dito, onde fica os desejos inconscientes nessa história toda?
Platão, discípulo de Sócrates, pensa diferente sobre a questão da ética. Dizia ser necessário voltar a uma sociedade mais simples, construir a cidade perfeita guiada pela ética. Para ele, riqueza e poder deveria se concentrar nas mãos dos poucos que detivessem o conhecimento, deveria limitar ao mínimo as propriedades e até “extinguir” as famílias, para que todos se sentissem irmãos, filhos do Estado. Pobre Platão..., não tem idéia de como suas teorias se tornaram utópicas, até seu próprio nome se tornou termo para designar o impossível.
Mas, como tudo tem que ter um filho do meio, Aristóteles pregava as moderações das paixões como caminho da felicidade. Ele dizia que: a Lei deve ser capaz de “compreender as limitações do ser humano, aproveitar-se de suas paixões e instintos, e produzir instituições que promovam o bem e reprimam o mal”.
Então, diferentemente de Platão, Aristóteles dizia ser preciso compreender o real para pensar em formas de interdição. Sendo assim, o real deve moldar a Lei, e não a Lei moldar o real (como propôs Platão), pois só assim seria possível o cumprimento das leis por todos.
quinta-feira, julho 21, 2005
Ultimamente tenho tido cada sonho.
Ontem sonhei com um monte de cachorro. Parecia que a carrocinha tinha recolhido todos os pit bulls da cidade para fazer sabão. Não babei na fronha, mas fiquei com uma pulga atrás da orelha. Lembrei que havia comentado de um “movimento contra a violência aos cachorros”, só um parênteses para a explicação das aspas, pois o movimento me parecia apenas uma promoção televisa, de uma loira bonita que fingia chorar e das pessoas que fingiam estarem comovidas. Sim, mas, mesmo lembrando desse comentário feito a noite e dessa associação no sonho, não consegui interpretar o porque dos cachorros, das pessoas e do local onde se encontravam os pit bulls para virarem banha.
Lembrei do filme amores brutos, que falava de traições, desespero, cachorros e de brutalidade da vida. O filme passa a idéia de que também somos aquilo que perdemos, e no sonho isso se apresentou em alguns momentos. Não lembro ao certo de todos os acontecimento, mas a sensação repugnante do lugar não me sai da cabeça. Só não senti o cheiro do lugar, mas o frio, o asco tudo ficou na minha pele até agora.
Pensei em jogar no bicho, fazer uma fezinha, quem sabe não era minha grande chance de sair da dureza. Mas, infelizmente, não acredito em sonhos como premunições, e nem sei jogar no bicho. Então, resolvi ficar com minhas associações, com as imagens e com as interpretações desse sonho vermelho.
Lembrei do filme amores brutos, que falava de traições, desespero, cachorros e de brutalidade da vida. O filme passa a idéia de que também somos aquilo que perdemos, e no sonho isso se apresentou em alguns momentos. Não lembro ao certo de todos os acontecimento, mas a sensação repugnante do lugar não me sai da cabeça. Só não senti o cheiro do lugar, mas o frio, o asco tudo ficou na minha pele até agora.
Pensei em jogar no bicho, fazer uma fezinha, quem sabe não era minha grande chance de sair da dureza. Mas, infelizmente, não acredito em sonhos como premunições, e nem sei jogar no bicho. Então, resolvi ficar com minhas associações, com as imagens e com as interpretações desse sonho vermelho.
quarta-feira, julho 13, 2005
Salve a caninha
"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas.
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras. Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar
inquietação do mundo!"
Mário Quintana
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras. Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar
inquietação do mundo!"
Mário Quintana
quinta-feira, junho 30, 2005
terça-feira, junho 28, 2005
Eitá São João bom!!!
Meu São João foi surpreendente. Interiorano em todos os aspectos, com cheiro do sertão e do mato, com gente feliz e poeta. Todo mundo lá é poeta, impressionante. Conheci o famoso Zé de Cazuza (“quem foram os Eleutas”). Velhinho poeta, tarado e com muita saliva. Outra figura poética que conheci foi Forzinho, velho enxerido também, mas cuspia bem menos que Zé. Brinquei como criança com os meninos que se concentraram na rua para ver o que tava acontecendo no bar de Marluce. Dona Marluce, professora, amiga e dona de bar. Um dos seus alunos cortou o meu coração, pois pediu para vir morar comigo aqui no Recife. Era um monte de menino atrás de mim, e eu morrendo de felicidade por proporcionar momentos de alegria para aquelas crianças carentes de afeto. Fiquei conhecida como a psicóloga-política de Ouro Velho, já que tudo gira em torno da política. O forró fim de feira fez sucesso, todos queriam ver os meninos do Recife tocar. Conheci um monte de Zelito, como dizia Marcello, e fui apresentada a todos como minha noiva. São João maravilhoso, um mistura de simplicidade, riqueza e “doidice”.
segunda-feira, junho 13, 2005
Mais um dia dos namorados a quatro.
O primeiro, ano passado, foi embalado por muita cerveja, tequila, fondue de carne e concurso de dança. Esse ano foi bem mais romântico. Sem pretensão nenhuma de repetir a dose, de última hora organizamos mais um dia dos namorados a quatro. Uma linda mesa oriental, com velas aromatizadas, sushis e um bom vinho. E para iniciar a noite, um brinde ao dia dos namorados, um brinde muito especial aos 22 aninhos de Finha e um brinde aos próximos dias dos namorados a quatro.
e para fazer uma homenagem ao dia 12 de junho, nada melhor do que Vinicuis de Moraes.
Minha namorada
Vinicius de Moraes / Carlos Lyra
"Se você quer ser minha namorada
Ah, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber por quê
Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois"
e para fazer uma homenagem ao dia 12 de junho, nada melhor do que Vinicuis de Moraes.
Minha namorada
Vinicius de Moraes / Carlos Lyra
"Se você quer ser minha namorada
Ah, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber por quê
Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois"
segunda-feira, maio 09, 2005
Você vai? Eu vou. E você? Claro! Não posso perder.
Sábado enquanto almoçassamos na Família Lucco, o programa do Luciano Huck impestava o ar com suas futilidades e apelações.Para completar a "decoração" do programa, o rapper americano Ja Rule fazia seus últimos playbacks, ante de chegar ao Recife. Recordo que comentei se haveria público para esse estilo de rapper. Acho que havia esquecido, que na sociedade massificada a parência conta mais que o conteúdo. O retrato desse breve comentário encontra-se aqui: http://jc.uol.com.br/2005/05/09/not_88675.php
quarta-feira, maio 04, 2005
Exatamente no dia 1º de maio
Enquanto muitos festejavam o “maravilhoso” dia dos trabalhadores, havia duas pessoas que estavam cobertas por sentimentos ambivalentes. Ambas estavam deixando a Veneza Pernambucana. Em circunstâncias distintas, mas que não minimizava o medo visceral da mudança.
Uma delas, acredito, estava contando os minutos para o encontro com o outro Brasil, “solamente” porque seu grande amor-companheiro-marido estava a sua espera há alguns meses. Luanda é o seu destino, uma das pessoas que mais me identifiquei na faculdade e pela qual tenho um carinho incondicional. Não tive o prazer de pronunciar algumas palavras antes da sua partida, mas ela sabe dos meus sentimentos e espero que essa linda e encantadora amiga seja muito feliz em Angola.
A outra pessoa, por quem tenho uma paixão fraterna infindável, foi ao encontro do Planalto Central, não tão bestificado quanto João de Santo Cristo, mas com um belo sonho perto de se concretizar. Esse me deixou um sentimento diferente, uma mistura de felicidade e saudade, com uma pitada de egoísmo. Pois quando temos ao nosso lado pessoas pelas quais declaramos nosso amor, não queremos deixar que as fronteiras estaduais separem nossos corpos. E quando isso acontece, é difícil não saborear o amargo sabor de sentimentos indesejáveis. Mas, utilizo a sublimação para deixar florescer apenas os desejos de felicidades, realizações e amores.
Uma delas, acredito, estava contando os minutos para o encontro com o outro Brasil, “solamente” porque seu grande amor-companheiro-marido estava a sua espera há alguns meses. Luanda é o seu destino, uma das pessoas que mais me identifiquei na faculdade e pela qual tenho um carinho incondicional. Não tive o prazer de pronunciar algumas palavras antes da sua partida, mas ela sabe dos meus sentimentos e espero que essa linda e encantadora amiga seja muito feliz em Angola.
A outra pessoa, por quem tenho uma paixão fraterna infindável, foi ao encontro do Planalto Central, não tão bestificado quanto João de Santo Cristo, mas com um belo sonho perto de se concretizar. Esse me deixou um sentimento diferente, uma mistura de felicidade e saudade, com uma pitada de egoísmo. Pois quando temos ao nosso lado pessoas pelas quais declaramos nosso amor, não queremos deixar que as fronteiras estaduais separem nossos corpos. E quando isso acontece, é difícil não saborear o amargo sabor de sentimentos indesejáveis. Mas, utilizo a sublimação para deixar florescer apenas os desejos de felicidades, realizações e amores.
quinta-feira, abril 28, 2005
Às vezes é preciso cantar
História de uma gata
Enriquez - Bardotti - Chico Buarque/1977
Para o musical infantil Os saltimbancos
"Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram
O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé...de gato
Me diziam, todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás
De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás"
Enriquez - Bardotti - Chico Buarque/1977
Para o musical infantil Os saltimbancos
"Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram
O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé...de gato
Me diziam, todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás
De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás"
quarta-feira, abril 27, 2005
Gente anêmica e preguiçosa
Suco de beterraba com laranja. Fígado acebolado. Couve-flor. Inhame. Feijão, etc, etc, etc. Tenho consciência, ou melhor, tenho todo cardápio na lateral da minha geladeira, mas a questão é mais complicada que essa, chama-se, preguiça. Preguiça, sim, me desculpem. Mas, chegar em casa, organizar a bagunça, fazer almoço, estudar...é melhor um copo de leite com bolachas e lona. Eu diria que é uma situação inversamente proporcional, quando menos como coisas saudáveis, mais fico indisposta, conseqüentemente, quase nunca faço coisas saudáveis, com exceção do almoço. Estou escrevendo esse diário do anêmico, porque todos do meu trabalho tiraram a semana para regular minha alimentação. Colegas e chefinha, prometo fazer o possível para deixar a preguiça de lado. As farras já são privilégios dos finais de semana, exceto data especiais, o que já é um bom começo, não?! Mas o melhor de toda essa conversa é que hoje terei um jantar maravilhoso.
quinta-feira, abril 14, 2005
Necessidade do olhar
Ah se você soubesse como sua voz me faz bem, como preciso das tuas palavras de carinho e preocupação. A falta que sinto é inevitável, por mais que não me veja vivendo novamente ao teu lado. Sinto falta de tudo que você me proporcionava, desde dos momentos de puro amor até as horas de cobranças. Agora tenho minha casa, minhas contas, minha vida, meus problemas, junto aos seus, é claro, pois eles se ramificam como uma herança indesejável. Mas, por trás de todas essas responsabilidades e irresponsabilidades, ainda sou uma menininha que precisa do seu olhar. Parece que você sabe o momento que mais preciso do seu amor. Preciso deitar no seu colinho, para acalmar minhas angústias, sentir que tudo anda bem, esconder minhas lágrimas e revelar apenas o meu sorriso. Preciso dizer o quanto te amo. Obrigada, minha mãe. Você sempre me surpreende. Amo você.
quarta-feira, abril 13, 2005
E agora?
Igualdade e liberdade, essas foram as promessas de um novo mundo, da modernidade. Mas, cá estamos, consumidos por um abismo de diferenças socio-econômica e de oportunidades,aprisionados no consumismo da corpolatria. A mídia diz o que vestir, o que comer, como ser pai e mãe, e até como ser sexual. Livros de auto-ajuda e adjacentes são os top 10, como se fossem receitas para uma felicidade inatingível. Inatingível é a questão, mas frente a essa impossibilidade de felicidade-receita, ao vazio inexplicável, surge o sofrimento e a falta de esperança quando não se consegue ser ou ter o que querem de nós.
A falta é inerente, mas a não aceitação é infortúnia. Se todos sentissem dor num desejo de não senti-la, mas não, não queremos dor nenhuma, não queremos sentir angústia. Queremos um mundo de novelas, com finais felizes. Queremos remédios para acordar, bebidas para dormir e alguém para consolar.
Queremos uma realidade maquiada para não enfrentar a obscuridade do nosso eu. Queremos e somos alienados nessa sociedade que não enxerga nossa subjeividade, mas apenas o espetáculo. Mas se somos um Zé Ninguém, se não temos um show de Truman? Ou vivemos como Alice no país das maravilhas televisivas ou aceitamos nossa condição e buscamos compreender a essência das nossas angústias, medos e desejos.
A falta é inerente, mas a não aceitação é infortúnia. Se todos sentissem dor num desejo de não senti-la, mas não, não queremos dor nenhuma, não queremos sentir angústia. Queremos um mundo de novelas, com finais felizes. Queremos remédios para acordar, bebidas para dormir e alguém para consolar.
Queremos uma realidade maquiada para não enfrentar a obscuridade do nosso eu. Queremos e somos alienados nessa sociedade que não enxerga nossa subjeividade, mas apenas o espetáculo. Mas se somos um Zé Ninguém, se não temos um show de Truman? Ou vivemos como Alice no país das maravilhas televisivas ou aceitamos nossa condição e buscamos compreender a essência das nossas angústias, medos e desejos.
quarta-feira, abril 06, 2005
Minha boa e velha Jaqueira
Tinha esquecido como é bom caminhar e correr entre as árvores da jaqueira. Como me sinto bem quando estou sozinha com meus pensamentos. Embora várias pessoas caminhassem e corressem ao meu lado, nada tirava minha atenção em mim mesma. Nada de narcisismo, apenas um mergulho nos meus sentimentos. Entre uma respirada profunda e outra esse mergulho era mais intenso. É impressionante como o mais diversos assuntos passam por minha cabeça, do mais simples ao mais complexo e questionador. Quando queria descansar minha mente desse turbulento encontro, ficava observando as pessoas e imaginando os pensamentos de cada uma. Porém, não conseguia me concentrar nelas, pois meu “eu” me chamava a todo tempo para conversar. O cheiro do verde, o vento e até o calor do meu corpo me ajudava a estabelecer esse monólogo construtivo e inquietante. Realmente preciso fazer isso mais vezes. E se alguém quiser me acompanhar, vou adorar. Só não me leve a mal se eu ficar muito tempo calada, pois tenho asma e não posso falar e correr ao mesmo tempo.
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Conversas de Cozinha
As melhores conversas com a minha família foram na cozinha de minha casa ou na da minha tia Rejane. Em volta de uma mesa redonda ou quadrada, era nesse lugar que ficávamos horas a conversar.
Hoje, minha cozinha mal tem uma meia mesa, sua capacidade máxima: duas pessoas. Mas mesmo assim, boas conversas são tidas lá. Entre fazer um lanche e preparar o almoço do outro dia, falamos sobre o que nos aflige e sobre a dita pós-modernidade.
Assunto do dia: A industria Cultura. Rainha absoluta que modela seus “bonequinhos consumistas” que os constrói de forma homogenia para atender ao mercado do consumo. Esse lance é tão sério, organizado e orquestrado, que seus fantoches (a gente) acreditam que esses valores pertencem a eles próprios. Uma parafernália ideológica vai agindo desde do inconsciente psíquico até as consciências individuais. E assim, internalizando e assimilando inconscientemente ideologias, o consentimento individual vai se constituindo.
A sofisticação tecnológica do Marketing, do como-ser-pessoa, que a mídia injeta em todos nós é o coringa dessa homogeneização da individualidade. Nossa subjetividade foi estandartizada, somo mais um boneco nessa grande fábrica de consumo.
Em meio a tudo isso, a família vem perdendo o lugar privilegiado dos processos identificatórios, esse locus não a pertence mais. A autoridade paterna vem sendo esvaziada. O narcisismo é inflado pelo consumo. A libido se concentra no presente, deixando de lado o passado vincular e com isso a falta de comprometimento com o outro. “O meu desejo é o que importa, e você é apenas um objeto para esse desejo”.
Isso pode parecer um absurdo para algumas pessoas. Mas, observem os adolescentes. Quais são os valores que eles levam nas suas “cabecinhas”? Olhem os adultos que só pensam/pensamos em beneficio próprio. Em ter, em parecer ter, deixando de lado o ser, a subjetividade. Atualmente, o outro é um mero semblante, onde não podemos mais nos identificar a partir da diferença, para saber quem realmente somos. Estamos numa sociedade de iguais, onde não há respeito pela alteridade e muito menos pelo humano.
“É uma violência contra o humano dos homens”.
Hoje, minha cozinha mal tem uma meia mesa, sua capacidade máxima: duas pessoas. Mas mesmo assim, boas conversas são tidas lá. Entre fazer um lanche e preparar o almoço do outro dia, falamos sobre o que nos aflige e sobre a dita pós-modernidade.
Assunto do dia: A industria Cultura. Rainha absoluta que modela seus “bonequinhos consumistas” que os constrói de forma homogenia para atender ao mercado do consumo. Esse lance é tão sério, organizado e orquestrado, que seus fantoches (a gente) acreditam que esses valores pertencem a eles próprios. Uma parafernália ideológica vai agindo desde do inconsciente psíquico até as consciências individuais. E assim, internalizando e assimilando inconscientemente ideologias, o consentimento individual vai se constituindo.
A sofisticação tecnológica do Marketing, do como-ser-pessoa, que a mídia injeta em todos nós é o coringa dessa homogeneização da individualidade. Nossa subjetividade foi estandartizada, somo mais um boneco nessa grande fábrica de consumo.
Em meio a tudo isso, a família vem perdendo o lugar privilegiado dos processos identificatórios, esse locus não a pertence mais. A autoridade paterna vem sendo esvaziada. O narcisismo é inflado pelo consumo. A libido se concentra no presente, deixando de lado o passado vincular e com isso a falta de comprometimento com o outro. “O meu desejo é o que importa, e você é apenas um objeto para esse desejo”.
Isso pode parecer um absurdo para algumas pessoas. Mas, observem os adolescentes. Quais são os valores que eles levam nas suas “cabecinhas”? Olhem os adultos que só pensam/pensamos em beneficio próprio. Em ter, em parecer ter, deixando de lado o ser, a subjetividade. Atualmente, o outro é um mero semblante, onde não podemos mais nos identificar a partir da diferença, para saber quem realmente somos. Estamos numa sociedade de iguais, onde não há respeito pela alteridade e muito menos pelo humano.
“É uma violência contra o humano dos homens”.
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
passageira
Minha paixão pelo mundo dos blogs foi um tanto passageira. As circunstâncias do meu trabalho não ajudaram a recuperar os sentimos e vontades por vezes perdidas. Mas, hoje senti aquele saudade. Saudade das palavras, dos comentários, dos outros blogs, das entrelinhas. Então, inspirada nas paixões passageiras dos carnavais, que todo ano deixa no ar aqueles velhos sentimentos, resolvir fazer um carinho ou causar um desconforto ao meu blog. Resolvir escrever essas poucas linhas para fazer uma homenagem as paixões, aos amores, aos carnavais.
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