quarta-feira, dezembro 29, 2004

Reveillon Fuderoso IV

Só tenho uma coisa para dizer: Vai ser Fudeno....

quinta-feira, dezembro 16, 2004

A pós-modernidade ou a Contemporaneidade

Vivemos numa sociedade perversa, numa sociedade onde prevalece o discurso do: “eu sei, mas mesmo assim...”. Uma sociedade que se ausenta da culpa e que se utiliza da vergonha como forma de viver. Na modernidade a “personalidade da sociedade” era dita neurótica, pois além de saber da existência de uma lei que interdita, que coloca limites e regras, existia a culpa quando essa lei era transgredida. O desejo “proibido” gerava uma culpabilidade e um arrependimento verdadeiro, que na maioria das vezes só em pensar em algo, já despertava o sentimento de culpa. As transgressões, portanto, poderia acontecer de fato ou ficar no imaginário, porém o sentimento de culpa estava presente em ambas situações.
Hoje em dia, no entanto, a culpa não existe mais, sabe-se da existência da lei, mas mesmo assim a transgride, e no lugar da culpa é a vergonha que impera. E a vergonha só existe quando a contravenção é descoberta, quando a possibilidade de uma punição, quando a conseqüência de tal ato pode vir a atrapalhar “os planos” dessas pessoas. Adolescente que não possui sentimento de culpa por agir de encontro ao instituído, não um instituído ruim, que oprime as mudanças ou a criatividade, mas um instituído que diz que o respeito ao próximo tem que existir. Passam por cima de sentimentos, de valores e não sentem o menor remoço por agir dessa forma. Se forem descobertos, sentem vergonha, nada além disso, e ficam “tristes” pelas possíveis conseqüências, se essas existirem. Não é privilégio dos adolescentes, nem privilégio de ninguém, o fato é que o mundo como se apresenta hoje, destrói a subjetividade, valoriza a lógica narcísica e transforma a culpa numa simples vergonha.

quarta-feira, novembro 24, 2004

Faz tempo que não sou Janice

Não sei os lugares por onde ele anda. Por quantos amores anda sofrendo ou se anda feliz com um só. Um dia desses ele me ligou, disse que tava numa cidade pequena, com poucos habitantes e muito fria, não de temperatura, mas de sentimentos. Fiquei contente ao ouvir sua voz, mas ao mesmo tempo triste, pois tive a impressão que não veria meu velho amigo, nem tão cedo. Tentei não falar sobre esse meu sentimento, mas como sempre, não consegui. Falei do seu afastamento, falei que não precisava ir tão longe. “As pessoas sentem saudade!”, essas foram minhas últimas palavras, se não me falha a memória. Fui até a praça em frente a minha casa e tentei reviver o nosso último encontro. Tentei reviver um tempo que já não volta mais. Tentei ser novamente, Jane, simplesmente, Janice.

quinta-feira, novembro 11, 2004

Inconsciente

"O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo"

Definir o inconsciente através da música....só Chico Buarque mesmo.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Fotografias

Nostalgia.
Passado, passado.
Passado, presente.
Criança.
Adolescente.
Amigos antigos.
Novos amigos.
Pessoas que dificilmente encontrarei novamente.
Outras que terei o imenso prazer de rever.
Amigos que fazem muita falta.
Ex-namorados que nem sei se estão vivos, felizes ou casados.
Momentos que sempre vão ficar na memória.
Memórias que sempre vão ficar na história.
Fotos sinistras.
Fotos divertidas.
Fotos de sorrisos.
Fotos que deveriam ter sido tiradas.
Outras que nem tanto.
Fotos convencionais.
Fotos digitais.
Adoro fotografias.
Adoro minhas lembranças.
Adoro minhas caixinhas.
Por vezes, lágrimas derramadas.Por hora, sorrisos estampados.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Não sublime tanto, nem recalque por demais

Nossas pulsões (conceito de fronteira entre corpo e mente) sofrem diversos destinos, entre eles temos a sublimação e o recalque. Ambos são mecanismos de defesa, no entanto, enquanto um se responsabiliza pelo interdito das pulsões, o outro fica responsável por canaliza-las para o mundo, transformando essas pulsões em comportamento socialmente aceitos. No entanto, não podemos subliminar eternamente nossas pulsões, não podemos satisfazer-las sempre de forma indireta, sempre as canalizando para o mundo social, pois essa satisfação indireta, ao extremo, pode levar a pulsão de morte.
Quando falamos em recalque, estamos falando da separação da idéia do afeto. O afeto dá o valo afetivo as idéias, as quais tornam-se inconscientes. O recalque é um dique que não permite que o nosso psiquismo seja inundando. Recalcamos as idéias, elas sim se tornam inconscientes, por sua vez, o afeto fica circulando no nosso psiquismo podendo a qualquer momento vir à tona. Por que muitas vezes sentimos algo que não condiz, de jeito nenhum, com o que estamos vivendo? Tenho certeza que todos já sentiram algo desse tipo. Já sentiu uma angustia incontrolável do nada? Um choro compulsivo sem motivo aparente? Pois é, isso ocorre porque o afeto não corresponde à situação atual. O afeto que foi dissociado da sua idéia inicial, a qual foi recalcada, fica circulando até emergir em uma situação qualquer da nossa vida

sexta-feira, outubro 29, 2004

Era pra rir?

Cuidados com suas palavras, meu caro. Você pode até estar brincando, mas brincadeira que toca nas nossas “feridas” torna-se brincadeira de mau gosto. Se sua condição financeira é melhor que a minha não quer dizer que minha capacidade é inferior a sua. Salário, nem sempre, está proporcionalmente ligado à potencialidade individual. No seu caso pode até estar, mas não me venha com seu sarcasmo. Você não sabe o que me dói e muito menos das minhas frustrações, portanto, guarde para você ou para pessoas igualmente insensíveis, essas brincadeirinhas sem graça. E um dia irei dizer: cheguei onde cheguei, porque fiquei surda e cega diante de pessoas como você.

sábado, outubro 23, 2004

A busca do não dito

Queria escrever algo, mas as palavras fogem da minha mente. sinto-me como um pescador pescando algo que não quer aparecer. Sinto-me como pescando o não pescar. O que não é dito me descreve mais que minhas inumeras palavras refletidas, mais que o meu próprio entendimento do não entender. Metáforas, são elas que guiam minha simples e passageira existência.

sexta-feira, outubro 22, 2004

O Segundo Jantar

Quatro casais e uma paixão, a gastronomia. Tudo começou numa festa quando eu e Ivis conversávamos com uma amiga sobre nosso interesse pela culinária. Se não estou enganada, nesse dia decidimos fazer o “circuito gastronômico”. O esquema é o seguinte: cada casal oferece um jantar para seus convidados com todas as pompas necessárias, menu especial e secreto. Os convidados levam as bebidas, o bom gosto e a boa vontade.
O primeiro jantar
- Entrada: bruschetta (fatias de pão italiano, ricota, tomate, alho, pimenta e azeite)
- Prato principal: Peixe ao forno com batatas e molho de mostarda com alcaparras
- Acompanhamento: Arroz piemontês com champignon.
Não sei se foi generosidade ou sinceridade, mas meu jantar foi aprovado. Sem falsas modéstias, muito bem elogiado. Confesso que fiquei um pouco estressada, por causa da falta de estrutura da minha casa para fazer um jantar a altura dos meus convidados. Porém, todo o corre-corre foi muito bem recompensado. Adorei a experiência e recomendo, o cirtuito e menu inaugural.
Hoje é o segundo jantar do circuito, como tudo é secreto, não sei o que nos espera, mas tenho certeza que vai ser divino, pois nossa anfitriã é uma “chef” de mão cheia.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Sonho Recorrente

Uma força do mal quer roubar as energias dos seres humanos. Meus amigos ficam todos dominados por essa força e não conseguem se libertar. Algumas poucas pessoas não foram tomadas por essa estranha e apavorante criatura. Eu sou um das poucas pessoas que não teve a vida transformada num zumbi. Mas isso é apavorante, pois tenho que fingir ser um deles e convencer meus amigos “normais” a fazer o mesmo que eu. Temos que fugir dali o mais rápido possível, já que a qualquer momento nosso teatro seja desvendado.
O sentimento é basicamente esse, mas os personagens são outros, as reações do corpo quando “a coisa” domina as pessoas são distintos de sonho para sonho. Tudo é muito surreal, muito atemporal. Sonhos ditos “normais” invadem esse meu eterno sonho e as histórias se misturam. Qualquer dia, assim que acordar, irei escrever esse sonho, colocando os sentimentos de maneira mais clara e tentando fazer uma análise mais fiel das revelações do meu inconsciente. Parece filme de terror, eu sei, mas é apenas uma garotinha querendo se revelar.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Não foi como eu imaginava

Sexta-feira foi minha primeira vez. Confesso que não foi tudo aquilo que imaginava. Pensei que iria ficar com as pernas bambas, com taquicardia, com aquele friozinho na barriga, mas nada disso aconteceu. Em alguns momentos parei de analisar os comportamentos alheios e comecei a tentar sentir um pouco o jogo. Emocionei-me quando vi as lágrimas nos olhos de Fabis e Bruno. Fiquei com o coração na mão, pois todas as vezes que Bruno ia comemora um gol dizia para mim mesma, é agora que ele sai rolando arquibancada abaixo. Morri de pena, não dos times, talvez um pouco da torcida do Bahia, mas pena de verdade, eu senti dos cães-de-guarda, assustados com os fogos no início do jogo e sem comer o dia todo para ficar ligados, informação cedida por Fabiana.
Como não fui para torcer, pois não sou menina que torce pelo Náutico, fiquei observado e refletindo com meus botões. É impressionante como as pessoas se exaltam nesse lugar, como deixam vir à tona sentimentos e comportamentos muitas vezes recalcados. No meio dessa "análise" toda, fiquei questionando a venda de bebidas nos estádios de futebol, sei que proibir é algo impossível de acontecer, mas levando em consideração que dois inibidores do superego (bebida + estádio) podem gerar alguns transtornos, até que seria uma decisão sensata.
Enfim, terei que ir na Ilha do Retiro para acabar com essa má impressão, pois acredito que torcendo deve ser muito melhor.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Acolhimento

Vamos sentir as pessoas, acolher suas angústias e medos. Vamos chorar suas lágrimas e sorrir seus sorrisos. Vamos abraçar seus caminhos e andar de mãos dadas.