terça-feira, julho 26, 2005

Ética: a palavra da vez

Atualmente, se pudéssemos eleger uma palavra da moda, a ética estaria no Top 10 das passarelas. É falta de ética aqui, é falta de moral acolá. Mas o que é ética? Qual a diferença de ética, moral e moralidade? Por que só nos damos conta que ética existe quando o buraco fica mais embaixo?

O conceito de ética está arraigado aos pequenos atos do nosso dia-a-dia até às ações nacionais ou mundiais. Ética é a ciência que estuda a moral, ela não emite valor de julgamento, mas reflete sobre as situações reais, sempre vendo a questão da responsabilidade de cada sujeito. Moral é “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre indivíduos”. Já a moralidade é colocar em prática tudo isso.

Sócrates dizia que o pressuposto básico da ética era o conhecimento, bastava saber o que era bondade para que se seja bom. Se fosse assim era bom demais. Sem querer desmerecer o Pai da Ética, mas levando em consideração os dias de hoje, e a concepção de que o homem não é puramente razão e consciência, não podemos seguir esse pensamento. Onde fica o sujeito do não dito, onde fica os desejos inconscientes nessa história toda?

Platão, discípulo de Sócrates, pensa diferente sobre a questão da ética. Dizia ser necessário voltar a uma sociedade mais simples, construir a cidade perfeita guiada pela ética. Para ele, riqueza e poder deveria se concentrar nas mãos dos poucos que detivessem o conhecimento, deveria limitar ao mínimo as propriedades e até “extinguir” as famílias, para que todos se sentissem irmãos, filhos do Estado. Pobre Platão..., não tem idéia de como suas teorias se tornaram utópicas, até seu próprio nome se tornou termo para designar o impossível.

Mas, como tudo tem que ter um filho do meio, Aristóteles pregava as moderações das paixões como caminho da felicidade. Ele dizia que: a Lei deve ser capaz de “compreender as limitações do ser humano, aproveitar-se de suas paixões e instintos, e produzir instituições que promovam o bem e reprimam o mal”.

Então, diferentemente de Platão, Aristóteles dizia ser preciso compreender o real para pensar em formas de interdição. Sendo assim, o real deve moldar a Lei, e não a Lei moldar o real (como propôs Platão), pois só assim seria possível o cumprimento das leis por todos.

4 comentários:

Ivana de Souza disse...

A bronca é que tem gente que consegue "moldar" mais a Lei a favor de si prórpio. É aí que entra o lado negro (e não tão justo) do poder e do dinheiro.

betita disse...

por isso, que o lance de um compromisso social é primordial, principalment hoje nos dias da "ética individual". Hoje, mais do que nunca demos levar em consideração as diferenças, nos colocarmos no lugar do outro, vendo como esse outro e refletir sobre todas as situações e sobre a gente mesmo.

Anônimo disse...

Beta, eis aqui alguns nomes dos Senadores que fazem parte do Conselho de ÉTICA do Senado Federal:

Ney Suassuna; Sérgio Guerra; César Borges (afilhado político de ACM), etc.

betita disse...

Prefiro não saber desses detalhes. bjs