Igualdade e liberdade, essas foram as promessas de um novo mundo, da modernidade. Mas, cá estamos, consumidos por um abismo de diferenças socio-econômica e de oportunidades,aprisionados no consumismo da corpolatria. A mídia diz o que vestir, o que comer, como ser pai e mãe, e até como ser sexual. Livros de auto-ajuda e adjacentes são os top 10, como se fossem receitas para uma felicidade inatingível. Inatingível é a questão, mas frente a essa impossibilidade de felicidade-receita, ao vazio inexplicável, surge o sofrimento e a falta de esperança quando não se consegue ser ou ter o que querem de nós.
A falta é inerente, mas a não aceitação é infortúnia. Se todos sentissem dor num desejo de não senti-la, mas não, não queremos dor nenhuma, não queremos sentir angústia. Queremos um mundo de novelas, com finais felizes. Queremos remédios para acordar, bebidas para dormir e alguém para consolar.
Queremos uma realidade maquiada para não enfrentar a obscuridade do nosso eu. Queremos e somos alienados nessa sociedade que não enxerga nossa subjeividade, mas apenas o espetáculo. Mas se somos um Zé Ninguém, se não temos um show de Truman? Ou vivemos como Alice no país das maravilhas televisivas ou aceitamos nossa condição e buscamos compreender a essência das nossas angústias, medos e desejos.
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2 comentários:
Assim caminha a humanidade. Desde sempre... Pra mim, os agravantes são a velocidade da informação e a variedade de drogas pra "dormir", mas é tudo igual: angústia, desejo, sofrimento, frustração, inveja. Conversa sem fim de mesa de bar. ;)
Do início da modernidade para cá, sim. Pois tudo é o psicológico. Antes as angustias, os medos, eram por que Deus queria ou porque a magestade mandava. Hoje como nosso responsáveis pelos nossos atos, sofremos com eles. Por sinal, e por falar em mesa de bar, vamos marca outra quinta, ok? adoro tu!!!
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