terça-feira, abril 11, 2006

Salve, a solteirice!

Safena (Elisa Lucinda)

"Sabe o que é um coração
amar ao máximo de seu sangue?
Bater até o auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo do novo começo.

Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Pitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões

Vassouras, rodos, águas, flanelas e cercas
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate

O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate. "

....

Vamos viver a solterice e sugar dela o que ela exige da gente.
Vamos nos aprofundar nesse momento e deixar que ele diga o seu verdadeiro tempo.
Vamos transformar o que nos deixa triste em arte, contos, poemas, músicas, farras...
Enfim, vamos deixar que o belo ultrapasse as barreias do concreto
E fazer da realidade um conto de fadas.

(Uma homenagem a batman, a eterna menina carmim)

2 comentários:

Ivana de Souza disse...

Bonito e sábio, na medida certa, claro... e somo sempre. ;)

betita disse...

é querida, nossos eternos ou passageiros momentos.