sexta-feira, outubro 29, 2004

Era pra rir?

Cuidados com suas palavras, meu caro. Você pode até estar brincando, mas brincadeira que toca nas nossas “feridas” torna-se brincadeira de mau gosto. Se sua condição financeira é melhor que a minha não quer dizer que minha capacidade é inferior a sua. Salário, nem sempre, está proporcionalmente ligado à potencialidade individual. No seu caso pode até estar, mas não me venha com seu sarcasmo. Você não sabe o que me dói e muito menos das minhas frustrações, portanto, guarde para você ou para pessoas igualmente insensíveis, essas brincadeirinhas sem graça. E um dia irei dizer: cheguei onde cheguei, porque fiquei surda e cega diante de pessoas como você.

sábado, outubro 23, 2004

A busca do não dito

Queria escrever algo, mas as palavras fogem da minha mente. sinto-me como um pescador pescando algo que não quer aparecer. Sinto-me como pescando o não pescar. O que não é dito me descreve mais que minhas inumeras palavras refletidas, mais que o meu próprio entendimento do não entender. Metáforas, são elas que guiam minha simples e passageira existência.

sexta-feira, outubro 22, 2004

O Segundo Jantar

Quatro casais e uma paixão, a gastronomia. Tudo começou numa festa quando eu e Ivis conversávamos com uma amiga sobre nosso interesse pela culinária. Se não estou enganada, nesse dia decidimos fazer o “circuito gastronômico”. O esquema é o seguinte: cada casal oferece um jantar para seus convidados com todas as pompas necessárias, menu especial e secreto. Os convidados levam as bebidas, o bom gosto e a boa vontade.
O primeiro jantar
- Entrada: bruschetta (fatias de pão italiano, ricota, tomate, alho, pimenta e azeite)
- Prato principal: Peixe ao forno com batatas e molho de mostarda com alcaparras
- Acompanhamento: Arroz piemontês com champignon.
Não sei se foi generosidade ou sinceridade, mas meu jantar foi aprovado. Sem falsas modéstias, muito bem elogiado. Confesso que fiquei um pouco estressada, por causa da falta de estrutura da minha casa para fazer um jantar a altura dos meus convidados. Porém, todo o corre-corre foi muito bem recompensado. Adorei a experiência e recomendo, o cirtuito e menu inaugural.
Hoje é o segundo jantar do circuito, como tudo é secreto, não sei o que nos espera, mas tenho certeza que vai ser divino, pois nossa anfitriã é uma “chef” de mão cheia.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Sonho Recorrente

Uma força do mal quer roubar as energias dos seres humanos. Meus amigos ficam todos dominados por essa força e não conseguem se libertar. Algumas poucas pessoas não foram tomadas por essa estranha e apavorante criatura. Eu sou um das poucas pessoas que não teve a vida transformada num zumbi. Mas isso é apavorante, pois tenho que fingir ser um deles e convencer meus amigos “normais” a fazer o mesmo que eu. Temos que fugir dali o mais rápido possível, já que a qualquer momento nosso teatro seja desvendado.
O sentimento é basicamente esse, mas os personagens são outros, as reações do corpo quando “a coisa” domina as pessoas são distintos de sonho para sonho. Tudo é muito surreal, muito atemporal. Sonhos ditos “normais” invadem esse meu eterno sonho e as histórias se misturam. Qualquer dia, assim que acordar, irei escrever esse sonho, colocando os sentimentos de maneira mais clara e tentando fazer uma análise mais fiel das revelações do meu inconsciente. Parece filme de terror, eu sei, mas é apenas uma garotinha querendo se revelar.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Não foi como eu imaginava

Sexta-feira foi minha primeira vez. Confesso que não foi tudo aquilo que imaginava. Pensei que iria ficar com as pernas bambas, com taquicardia, com aquele friozinho na barriga, mas nada disso aconteceu. Em alguns momentos parei de analisar os comportamentos alheios e comecei a tentar sentir um pouco o jogo. Emocionei-me quando vi as lágrimas nos olhos de Fabis e Bruno. Fiquei com o coração na mão, pois todas as vezes que Bruno ia comemora um gol dizia para mim mesma, é agora que ele sai rolando arquibancada abaixo. Morri de pena, não dos times, talvez um pouco da torcida do Bahia, mas pena de verdade, eu senti dos cães-de-guarda, assustados com os fogos no início do jogo e sem comer o dia todo para ficar ligados, informação cedida por Fabiana.
Como não fui para torcer, pois não sou menina que torce pelo Náutico, fiquei observado e refletindo com meus botões. É impressionante como as pessoas se exaltam nesse lugar, como deixam vir à tona sentimentos e comportamentos muitas vezes recalcados. No meio dessa "análise" toda, fiquei questionando a venda de bebidas nos estádios de futebol, sei que proibir é algo impossível de acontecer, mas levando em consideração que dois inibidores do superego (bebida + estádio) podem gerar alguns transtornos, até que seria uma decisão sensata.
Enfim, terei que ir na Ilha do Retiro para acabar com essa má impressão, pois acredito que torcendo deve ser muito melhor.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Acolhimento

Vamos sentir as pessoas, acolher suas angústias e medos. Vamos chorar suas lágrimas e sorrir seus sorrisos. Vamos abraçar seus caminhos e andar de mãos dadas.