quinta-feira, dezembro 16, 2004

A pós-modernidade ou a Contemporaneidade

Vivemos numa sociedade perversa, numa sociedade onde prevalece o discurso do: “eu sei, mas mesmo assim...”. Uma sociedade que se ausenta da culpa e que se utiliza da vergonha como forma de viver. Na modernidade a “personalidade da sociedade” era dita neurótica, pois além de saber da existência de uma lei que interdita, que coloca limites e regras, existia a culpa quando essa lei era transgredida. O desejo “proibido” gerava uma culpabilidade e um arrependimento verdadeiro, que na maioria das vezes só em pensar em algo, já despertava o sentimento de culpa. As transgressões, portanto, poderia acontecer de fato ou ficar no imaginário, porém o sentimento de culpa estava presente em ambas situações.
Hoje em dia, no entanto, a culpa não existe mais, sabe-se da existência da lei, mas mesmo assim a transgride, e no lugar da culpa é a vergonha que impera. E a vergonha só existe quando a contravenção é descoberta, quando a possibilidade de uma punição, quando a conseqüência de tal ato pode vir a atrapalhar “os planos” dessas pessoas. Adolescente que não possui sentimento de culpa por agir de encontro ao instituído, não um instituído ruim, que oprime as mudanças ou a criatividade, mas um instituído que diz que o respeito ao próximo tem que existir. Passam por cima de sentimentos, de valores e não sentem o menor remoço por agir dessa forma. Se forem descobertos, sentem vergonha, nada além disso, e ficam “tristes” pelas possíveis conseqüências, se essas existirem. Não é privilégio dos adolescentes, nem privilégio de ninguém, o fato é que o mundo como se apresenta hoje, destrói a subjetividade, valoriza a lógica narcísica e transforma a culpa numa simples vergonha.

2 comentários:

Ivana de Souza disse...

Nazaré que o diga...

Ivana de Souza disse...

Que o Natal seja fudééén e o reveillón seja fuderoso! Beijo grande, amiga.