quarta-feira, janeiro 25, 2006

A poesia, a dançarina e o anjo.

Soneto de Martha (La flor ilimitada)
Vinicius de Moraes

"Teu rosto amada minha
É tão perfeito
Tem uma luz tão cálida e divina
Que é lindo vê-lo quando se ilumina
Como se um cílio ardesse no teu peito
É tão leve teu corpo de menina
Assim de amplos quadris e de busto estreito
Que dir-se-ia uma jovem dançarina
De pele branca e fina
De olhar direito
Deveria chamar-te claridade
Pelo modo espontâneo
Franco e aberto
Com que encheste de cor meu mundo escuro
E sem olhar, nem vida, nem idade.
Me deste em tempo certo
Os frutos verdes deste amor maduro. "

Presente de um anjo.
Obrigada, bonito.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Sem Aviso

"Anda
tira essa dor do peito, anda
despe essa roupa preta e manda
seu corpo deslembrar

Canta
vira dor pelo avesso
Canta
larga essa vida assim as tontas
Deixa esse desenganar

Calma
Dê o tempo ao tempo, calma
alma
Põe cada coisa em seu lugar
E o dia virá, algum dia virá
Sem aviso

então... "

segunda-feira, janeiro 16, 2006

É tempo de:

Secar as lágrimas.
Deixar o suor cair.
Abrir os armários.
Fechar as caixas.
Reler os e-mails.
Encher o coração.
Esperança.
Alegria.
Arrumar a casa.
Juntar dinheiro.
Ler Clarice.
Escutar Tom.
Eternizar Chico
Respeitar Cartola.
Sentir.
Ouvir.
Cantar.
Abraçar crianças.
Beijar os velhinhos.
Cuidar das irmãs.
Ama a mãe.
Perdoar o pai.
Brincar com a sobrinha.
Ficar perto dos verdadeiros amigos.
Ir para a farra com quem é de farra.
Dançar com que é de dança.
Sambar com quem gosta de samba.
Ficar em casa.
Filmes e vinhos.
Computador, Jurandir,
Marcuse, Foucalt, Giddens
Mais vinho.
Madrugadas.
Olheiras.
Entrega.
Título.
Carnaval.
Apelo.
Amor.
Eterno.