Sai de casa
E diz que volta já
Senta no bar da esquina
E pede logo um gole de pinga.
Fala para todos
Quem ouve, quem não ouve e quem não quer ouvir
Da dor que se instalou
E que dali não quer mais sair.
Anos de desilusão
Assola aquele pobre coração
Amores perdidos em balcões
Cachaça, consolo e causa.
E agora que a vida perdeu a graça
João do bar
Come e dorme pra beber
Bebe, pra dormir e comer.
Lágrima nos olhos já não mais se sabe
Se chora pela amada perdida
Ou se pelo gosto amargo da bebida.
Coitado do João do bar
Dia desses não terá, se quer,
O seu lugar.
Roberta Valentim