As melhores conversas com a minha família foram na cozinha de minha casa ou na da minha tia Rejane. Em volta de uma mesa redonda ou quadrada, era nesse lugar que ficávamos horas a conversar.
Hoje, minha cozinha mal tem uma meia mesa, sua capacidade máxima: duas pessoas. Mas mesmo assim, boas conversas são tidas lá. Entre fazer um lanche e preparar o almoço do outro dia, falamos sobre o que nos aflige e sobre a dita pós-modernidade.
Assunto do dia: A industria Cultura. Rainha absoluta que modela seus “bonequinhos consumistas” que os constrói de forma homogenia para atender ao mercado do consumo. Esse lance é tão sério, organizado e orquestrado, que seus fantoches (a gente) acreditam que esses valores pertencem a eles próprios. Uma parafernália ideológica vai agindo desde do inconsciente psíquico até as consciências individuais. E assim, internalizando e assimilando inconscientemente ideologias, o consentimento individual vai se constituindo.
A sofisticação tecnológica do Marketing, do como-ser-pessoa, que a mídia injeta em todos nós é o coringa dessa homogeneização da individualidade. Nossa subjetividade foi estandartizada, somo mais um boneco nessa grande fábrica de consumo.
Em meio a tudo isso, a família vem perdendo o lugar privilegiado dos processos identificatórios, esse locus não a pertence mais. A autoridade paterna vem sendo esvaziada. O narcisismo é inflado pelo consumo. A libido se concentra no presente, deixando de lado o passado vincular e com isso a falta de comprometimento com o outro. “O meu desejo é o que importa, e você é apenas um objeto para esse desejo”.
Isso pode parecer um absurdo para algumas pessoas. Mas, observem os adolescentes. Quais são os valores que eles levam nas suas “cabecinhas”? Olhem os adultos que só pensam/pensamos em beneficio próprio. Em ter, em parecer ter, deixando de lado o ser, a subjetividade. Atualmente, o outro é um mero semblante, onde não podemos mais nos identificar a partir da diferença, para saber quem realmente somos. Estamos numa sociedade de iguais, onde não há respeito pela alteridade e muito menos pelo humano.
“É uma violência contra o humano dos homens”.
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
passageira
Minha paixão pelo mundo dos blogs foi um tanto passageira. As circunstâncias do meu trabalho não ajudaram a recuperar os sentimos e vontades por vezes perdidas. Mas, hoje senti aquele saudade. Saudade das palavras, dos comentários, dos outros blogs, das entrelinhas. Então, inspirada nas paixões passageiras dos carnavais, que todo ano deixa no ar aqueles velhos sentimentos, resolvir fazer um carinho ou causar um desconforto ao meu blog. Resolvir escrever essas poucas linhas para fazer uma homenagem as paixões, aos amores, aos carnavais.
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